Foto Charles Guerra (Diário)
Cpers/Sindicato prepara ato de protesto, em Porto Alegre, para a manhã de quarta-feira, quando pretende ir até o Palácio Piratini
Com a previsão de concluir a folha de março até o dia 17 de abril, o Palácio Piratini deixou parte significativa dos servidores estaduais sem salários na Páscoa. Esse é o 28º mês de atraso no pagamento do funcionalismo vinculado ao Executivo estadual pelo governo de José Ivo Sartori (MDB). E mais uma vez o Estado conta com a receita de impostos para quitar os compromissos. Agora, a esperança está no pagamento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) pelo número final da placa, que começa hoje e vai até o dia 23.
Governo paga salários de 18% dos servidores nesta quinta-feira
Até agora, apenas 18% da folha de março, que começou a ser paga na quinta-feira, foram quitados, o equivalente a 62,2 mil matrículas de servidores que recebem até R$ 1,2 mil líquidos. O governo também depositou a terceira parcela do 13º de 2017 e o correspondente aos dias de atraso de fevereiro. Para dar conta, a Secretaria da Fazenda precisou de R$ 178 milhões. A folha líquida de março fechou em R$ 1,185 bilhão.
Uma das categorias mais mobilizadas é a dos professores e servidores de escola. Sob a direção do Cpersç/Sindicato, o magistério estadual já tem um calendário de lutas. Na agenda sindical, além do fim dos atrasos salariais, a categoria vai reforçar a reivindicação dos 22,73% devidos de reposição da inflação e iniciar uma campanha contra as terceirizações na educação.
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Na terça-feira, às 18h30min, em Porto Alegre, haverá reunião do conselho geral da entidade. Já na quarta-feira, a partir das 8h30min, será realizada uma caminhada da frente do Cpers até o Palácio Piratini.
- Os atrasos e os parcelamentos viraram piada. Agora, a ideia do governo é fazer a demissão em massa de contratados. Não temos dados oficiais, mas o número que se ventila é de mais de duas mil demissões - diz o diretor-geral do 2º Núcleo do Cpers em Santa Maria, Rafael Torres.
Governo diz que adotou medidas necessárias
Mesmo há 28 meses sem pagar salários em dia, o governo está mudando o discurso, deixando um pouco o pessimismo e destacando as medidas adotadas para enfrentar a crise.
A adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RFF) é a principal aposta. O Estado deixará de pagar R$ 113, bilhões ao governo federal nos próximos três, podendo estender o prazo para seis anos.
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O governador afirmou que o que o RS vai fechar 2018 com déficit de R$ 8 bilhões no caixa, situação, que segundo ele, poderia ser bem pior.
- Se o governo não tivesse feito as mudanças, como o corte do número de cargos de confiança, a redução de secretarias, o déficit poderia chegar a R$ 25 bilhões este ano - destacou Sartori em entrevista a 30 jornalistas na última quinta-feira. Ele deve disputar a reeleição.